quinta-feira, 9 de maio de 2013

Zeus


Zeus , na religião da Grécia Antiga, é o "pai dos deuses e dos homens"  que exercia a autoridade sobre os deuses olímpicos romano é Júpiter, enquanto seu equivalente etrusco é Tinia; alguns autores estabeleceram seu equivalente hindu como sendo Indra. 
 Filho de Crono e Reia, Zeus é o mais novo de seus irmãos; na maior parte das tradições é casado com Hera, embora, no oráculo de Dodona, sua esposa seja Dione, com quem, de acordo com a Ilíada, ele teria gerado Afrodite. É conhecido por suas aventuras eróticas, que frequentemente resultavam em descedentes divinos heróicos, como Atena, Apolo e Ártemis, Hermes, Perséfone (com Deméter), Dioniso, Perseu, Héracles, Helena de Troia, Minos, e as Musas (de Mnemosine); com Hera, teria tido Ares, Hebe e Hefesto.
Como ressaltou o acadêmico alemão em seu livro Religião Grega, "mesmo os deuses que não são filhos naturais de Zeus dirigem-se a ele como Pai, e todos os deuses se põem de pé diante de sua presença.". Para os gregos, era o Rei dos Deuses, que supervisionava o universo. Nas palavras do geógrafo antigo Pausânias, "que Zeus é rei nos céus é um dito comum a todos os homens." Na Teogonia, de Hesíodo, Zeus é responsável por delegar a cada um dos deuses suas devidas funções. Nos Hinos Homéricos ele é referido como o "chefe dos deuses".
Seus símbolos são o raio, a águia, o touro e o carvalho. Além de sua clara herança indo-européia, sua clássica descrição como "ajuntador de nuvens" também deriva certos traços iconográficos das culturas do Antigo Oriente Médio, tais como o cetro. Zeus frequentemente foi representado pelos antigos artistas gregos em duas poses diferentes: numa, em pé, apoiado para a frente, empunhando um raio na altura de sua mão direita, erguida, ou sentado, numa pose majéstica.
Havia muitas estátuas erguidas em sua honra, das quais a mais magnífica era a sua estátua em Olímpia, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Originalmente, os Jogos Olímpicos eram realizados em sua honra.

Nascimento

Crono teve diversos filhos com Reia: Héstia, Deméter, Hera, Hades e Poseidon, porém engoliu-os todos assim que nasceram, após ouvir de Gaia e Urano que ele estava destinado a ser deposto por seu filho, da mesma maneira que ele havia deposto seu próprio pai - um oráculo do qual Reia tomou conhecimento e pôde evitar.
Quando Zeus estava prestes a nascer, Reia procurou Gaia e concebeu um plano para salvá-lo, para que Crono fosse punido por suas ações contra Urano e seus próprios filhos. Reia deu à luz a Zeus na ilha de Creta, e entregou a Crono uma pedra enrolada em roupas de bebê, que ele prontamente engoliu.

Infância

Reia teria escondido Zeus numa caverna no Monte Ida, em Creta. De acordo com as diversas versões da história, ele teria sido criado:
     por Gaia;
     por uma cabra chamada Amaltéia, enquanto um pelotão de Kouretes - "soldados", ou "deuses menores" -         dançavam, gritavam e batiam suas lanças contra seus escudos para que Crono não ouvisse o choro do bebê (ver cornucópia);
     por uma ninfa chamada Adamantéia; como Crono era senhor da Terra, dos céus e do mar, ela o escondeu pendurado por uma corda de uma árvore, de modo que ele, não estando nem na terra, nem no céu e nem no mar, teria ficado invisível para seu pai.
     por uma ninfa chamada Cinosura; como agradecimento, Zeus a teria colocado em meio às estrelas.
     foi criado por Melissa, que o amamentou com leite de cabra e mel.
     foi criado por uma família de pastores sob a condição de que suas ovelhas fossem salvas dos lobos.

Rei dos deuse

Após chegar à idade adulta, Zeus forçou Crono a vomitar primeiro a pedra que lhe havia sido dada em seu lugar - em Pito, sob os vales do Parnaso, como um sinal para os mortais: o Ônfalo, "umbigo" - e em seguida seus irmãos, de acordo com a ordem em que haviam sido engolidos. Em algumas versões, Métis deu a Crono um emético para forçá-lo a vomitar os bebês, enquanto noutra o próprio Zeus teria aberto com um corte a barriga de Crono. Em seguida Zeus libertou os irmãos de Crono, os Gigantes, os Hecatônquiros e os Ciclopes, que estavam aprisionados num calabouço no Tártaro, após matar Campe, o monstro que os vigiava.
Para mostrar seu agradecimento, os Ciclopes lhe presentearam com o trovão e o raio, que haviam sido escondidos anteriormente por Gaia. Zeus então, juntamente com seus irmãos e irmãs, os Gigantes, Hecatônquiros e Ciclopes, depuseram Crono e os outros Titãs, durante a batalha conhecida como Titanomaquia. Os Titãs, após serem derrotados, foram despachados para o Tártaro, enquanto um deles, Atlas, foi condenado a segurar permanentemente o céu.
Após a batalha contra os Titãs, Zeus dividiu o mundo com seus irmãos mais velhos, Posidão e Hades: Zeus ficou com o céu e o ar, Posidão com as águas e Hades com o mundo dos mortos (o mundo inferior). A antiga Terra, Gaia, não podia ser dividida, e portanto ficou para todos os três, de acordo com suas habilidades - o que explica porque Posidão era o "sacudidor da terra" (o deus dos terremotos), e Hades ficava com os humanos que morreram (ver Pentos).
Gaia, no entanto, não aprovou a maneira com que Zeus tratou os Titãs, seus filhos; logo após assumir o trono como rei dos deuses, Zeus teve de combater outros filhos de Gaia: o monstro Tifão e a Equidna. Zeus derrotou Tifão, aprisionando-o sob o Monte Etna, porém poupou a vida de Equidna e seus filhos.

Zeus e Hera


Zeus era irmão e consorte de Hera. Com ela teve três filhos: Ares, Hebe e Hefesto, embora alguns relatos afirmem que Hera teria tido-os sozinha. Algumas versões também descrevem Ilitia e Éris como filhas do casal. As conquistas amorosas de Zeus, no entanto, entre ninfas e as mitológicas progenitoras mortais das dinastias helênicas são célebres. A mitografia olímpica lhe credita com uniões com Leto, Deméter, Dione e Maia. Entre as mortais com quem ele teria se relacionado estavam Sêmele, Io Europa e Leda.
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Diversos mitos mencionam o sofrimento de Hera com o ciúme gerado por estas conquistas amorosas, e a descrevem como uma inimiga consistente das amantes de Zeus e de seus filhos. Por algum tempo uma ninfa chamada Eco foi encarregada de distrair Hera falando incessantemente, afastando assim sua atenção dos casos amorosos de seu marido; quando Hera descobriu o estratagema, condenou Eco a repetir permanentemente as palavras de outras pessoas.

Zeus e deuses estrangeiros

Zeus foi identificado com o deus romano Júpiter, e associado no imaginário sincrético clássico (ver interpretatio graeca) com diversas outras divindades, tais como o egípcio Amon e o etrusco Tinia. Juntamente com Dioniso, absorveu o papel do principal deus frígio Sabázio. O governante sírio Antíoco Epifânio IV ergueu uma estátua de Zeus Olímpio no templo judaico em Jerusalém; os judeus helenizados referiam-se a esta estátua como Baal Shamen ("Senhor do Céu").
Alguns mitólogos comparativos modernos também o alinharam com a divindade hindu Indra.

Zeus na filosofia

No neoplatonismo, a figura de Zeus familiar à mitologia grega é associada ao Demiurgo, ou Mente (nous) Divina. Especificamente dentro da obra de Plotino, Enéadas, e na Teologia Platônica, de Proclo.




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